101° Capítulo

Enquanto eles faziam o que tinham que fazer , os meus olhos ficaram fixos em uma luz ali , me fazendo relembrar dos momentos que eu tinha passado com o Luan , com o meu filho. Entre aqueles pensamento parecia que eu estava ouvindo a voz dele naquela minhas lembranças :

As cenas da nossa lua de mel , de quando nos conhecemos , do casamento , de cada momento lindo que tínhamos passado. Me bateu uma dor tremenda no coração , fiquei atormentada com aquilo , e comecei a ficar inquieta :

- Tá tudo bem Helena ? Como tá o sangramento ?

- Tá sangrando mais do que eu esperava ...

Já não conseguis deixar os meus olhos bem aberto , eles se fechavam automaticamente , e eu ficava mais inquieta :

- Doutora Helena , eu não tô bem. – fala com mais dificuldade , minha respiração agora era bem ofegante. – Me ajuda.

- Espera Bárbara ! Calma , calma estamos cuidando de você , estamos fazendo tudo que é preciso fazer. Calma ...

- Você não saltou a minha filha ? Me ajuda pelo amor de Deus , me salva também doutora. Por favor !

- Helena eu vou entubar , e vou passar anestesia geral – disse o anestesista.

- Eu também não posso perder mais tempo , eu tenho que tirar o útero pra parar esse sangramento ...

- Doutora se eu morrer não esquece de entregar a foto pro Luan , e dizer que o amo muito , diz isso pra ele – colocaram o tubo para que eu pudesse respirar melhor.  – O Luan ...

- Calma Bárbara , ele já chegou ...

- Cadê ? – tentava tirar o tubo.

- Você precisa ficar com esse tubo pra poder respirar melhor , ele já chegou já tá vindo aqui ...

- Meu Deus ...

Fiquei mais quieta para deixarem eles fazerem algo

que pudesse me ajudar :

- Eu não consigo conter o sangramento , pede pro banco de sangue dez unidades de conservado de plaqueta ...

- Helena a paciente tá fibrilando eu vou tentar reverter – os meus olhos se fecharam e eu pude ver coisas de outro mundo.

Eles faziam de tudo colocaram um aparelho elétrico para que o meu coração pudesse pulsar mais rápido :

- Faz de novo , coloca isso de novo ...

- Vou tentar uma outra massagem. – a doutora tentou de todo jeito.

- Helena para não adianta mais. Perdemos a paciente ...

...

#LuanNarrando

O telefone da Bárbara estava desligado , esperei ela por muito tempo ali na casa dos meus pais , liguei para a Bianca , para todos da emissora e diziam que ela já tinha saído a muito tempo. Fiquei preocupado , liguei mais uma vez para o seu celular , e atendeu um rapaz  me contando que ela tinha sofrido um acidente e que era grave , o meu pai foi comigo até o hospital , esqueci das pessoas que podiam ficar em cima de mim naquele hospital , apenas queria vê-la , saber se estava bem , a minha filha também.

- A paciente Bárbara Caridi – saia dois doutores da sala de cirurgia.

- Aqueles dois doutores saíram de onde ela está , podem ir lá ...

- Calma Luan , eu pergunto – formos até os doutores , eles nos cumprimentaram. – Oi eu sou o Amarildo , pai do Luan e sogro da Bárbara Caridi , a recepcionista disse que vocês estão cuidando do caso dela , ela tá bem , o bebê como tá ?

- Bom , venham até aqui – um doutor se despediu e o outro nos levaram até uma sala , fiquei assustado com a fisionomia do médico.

- Como ela tá , doutor ...

- Matheus ...

- Matheus , como ela tá ?

- É difícil dá essa notícia ... – quando ele começou a falar aquilo , me deu um gelo minhas mãos ficaram gelada , os meus olhos começaram a ficar marejados. – Infelizmente perdemos a paciente , mais a bebê ela já está no berçário , tá tudo tranquilo ela nasceu com saúde e super linda , querem ir lá ?

- O que ? Não o senhor se enganou , é a Bárbara Cairdi , ela tem pele branca , cabelo liso pretinho ...

- É essa mesmo Luan ...

- Para cara ! Não é ela ...

- Vamos te levar até o berçário , pra você ver a sua filha – eu e o meu pai seguia aquele doutor , chegamos no berçário tinha um monte de bebês , mas os meus olhos foram em uma princesinha parecia que eu conhecia a muito tempo , ela tinha os cabelinho bem pretinho , e estava com um macacão branco com vermelho.

- Essa aqui é a sua filha , Luan ... – fiquei lhe olhando o vidro e as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto.

- Minha filha ? Ela é linda , parece com a Bárbara

Podia dizer que pela primeira vez eu chorei na frente de todos ali :

- Linda mesmo filho ... – uma mulher entrava meio que desesperada dentro do berçário indo em caminho ao berço da minha filha , aquele mesmo doutor bateu na janela e lhe chamou.

Parecia que a moça estava assustada ao me ver , saiu ali do berçário e veio ao encontro do meu pai e eu :

- Você é o Luan , não é ?

- E-eu sou sim ...

- Eu sinto muito Luan – ela me deu um abraço forte.

- Aconteceu o que com ela , me diz ?

- Ela sofreu um acidente muito grave de carro e veio parar na emergência chegando aqui salvamos a bebê , e logo depois ela teve um sangramento que deu pra conter , e então ela veio a óbtio. Mas ela me pediu que te desse uma foto , ela ... Ela fez questão de tirar uma foto quando a bebê nasceu , as duas juntas ...

A mulher tirou do seu bolso o celular da Bárbara , e me entregou ali eu pude ver a foto me fazendo desabar de vez , olhei novamente para o berçário e a Maria Clara mexia os bracinhos lentamente :

- Pai e agora ?

- Calma filho , vamos ligar pra sua mãe ? – sentei ali em frente ao berçário fiquei olhando a foto.

- Quem é o pai da ... Maria Clara ?

- Eu aqui , eu ...

- Pode vim aqui ... – segui a enfermeira e ela me levou até a minha filha.

- Você pode pegá-la , só não pode amamentar ...

- Pegá-la ? – a moça já foi colocando a Maria Clara em  meus braços , bem antes estava agitada e agora bem quietinha. – Pai !

- É sua filha , ela precisa de você ...

- Eu não consigo , diz pra mim que ela não morreu por favor ...

- Moça , ela é liberada amanhã ?

- A Maria Clara ?

- Isso ...

- É sim amanhã bem cedo ...

- Vamos pra casa , Luan ?

- Eu não vou deixar minha filha aqui sozinha – ela começou a chorar sem parar em meus braços , talvez sentia fome , pensei no dia anterior onde eu falei para a Bárbara que queria vê-la amamentando a bebê.

- Ela agora vai tomar o leitinho ... – a enfermeira levou a Maria Clara de mim , o meu pai colocou suas mãos em meu ombro e me tirou ali do hospital , o caminho até em casa não quis conversar nada.